AP01
Modos de subjetivação e economias moral-afetivas em tempos neoliberais
Neste Ateliê de Pesquisa, gostaríamos de pensar as economias moral-afetivas que configuram a articulação entre modos de subjetivação e racionalidade política neoliberal.
Partimos do pressuposto analítico de que o neoliberalismo não é apenas uma política econômica que promove o livre mercado e maximiza os lucros das empresas; antes, como uma forma de governamentalidade, o neoliberalismo é um modo de subjetivação. Ao estender a lógica de concorrência dos mercados financeiros a todas as esferas de relações humanas, este sistema normativo submete os indivíduos a um regime de concorrência que define novos modos de subjetivação e, assim, a racionalidade neoliberal produz o ‘sujeito-cidadão’ como um ‘empreendedor de si mesmo’.
Nesta racionalidade política neoliberal, os sujeitos individuais são tornados responsáveis pela precariedade em que estão subsumidos, o que por sua vez se transforma em um problema de autocuidado. O neoliberalismo caracteriza-se, então, por uma nova conceituação do Estado. Para tanto, esta racionalidade neoliberal busca produzir uma correspondência entre um ‘sujeito moral-responsável’ e um ‘sujeito econômico-racional’. Ao sujeito individual caberia, portanto, ser moralmente prudente em relação aos custos e benefícios que orientam as escolhas de suas ações. Deste modo, encoraja-se o sujeito a avaliar racionalmente as suas ações, pois ele seria o único responsável por uma decisão autodeterminada, bem como seria o único a suportar as consequências da ação. Dito isto, pretendemos abrigar, entre outros recortes, trabalhos que discutam a produção, a circulação, a apropriação e a contestação de valores, morais, emoções e normas em torno dessa articulação entre modos de subjetivação e racionalidade política neoliberal.
Palavras-chave: racionalidade política neoliberal; governamentalidade; modos de subjetivação; economias moral-afetivas.
Coordenação:
Chiara Albino (TRANSES/PPGAS/UFSC)
Doutoranda em Antropologia Social
Jainara Oliveira (TRANSES/PPGAS/UFSC)
Doutoranda em Antropologia Social
Ariel David Ferreira (NESSI/PPGAS/UFSC)
Doutorando em Antropologia Social
Lista de Resumos Aprovados
Sessão 1 - 10 de outubro de 2019 – 8h30min às 11h30min
“Modos de Subjetivação, Política e Estado nas ruínas do Neoliberalismo”
Patrões, agências bancárias e dívidas: a experiência dos Yuhupdeh em São Gabriel da Cachoeira-AM
Michel Paes Barbará (PPGAS/UFSCar)
Mestrando em Antropologia Social
Resumo: O seguinte trabalho busca realizar algumas reflexões a partir da experiência dos Yuhupdeh, povo indígena do Alto Rio Negro, com patrões e agências bancárias em São Gabriel da Cachoeira (AM), partindo do contexto de intensificação dos deslocamentos ao município, motivadas, principalmente, pelos empregos de professores e agentes de saúde, além dos programas e benefícios sociais do Governo Federal. A experiência na cidade coloca outros atores e artefatos em circulação, como comerciantes locais, agências bancárias, instituições e órgãos públicos, além de documentos e cartões bancários. Se por um lado os salários e benefícios sociais possibilitaram a aquisição de mercadorias diretamente na cidade, por outro, produziram uma inflexão na economia da dívida na região, marcada pelo “sistema de aviamento”. Documentos e cartões bancários tornaram-se condição e garantia de crédito com os patrões na cidade, os quais assumem o controle financeiro dos indígenas e realizam empréstimos nos bancos. Os empregos, benefícios sociais, documentos e cartões bancários, ao mesmo tempo que são marcadores da condição de cidadão brasileiro no modelo de consumo projetado pela estratégia social-desenvolvimentista, cuja articulação entre política social e econômica proporciona o acesso ao sistema financeiro dentro da lógica neoliberal, proporciona a financeirização do sistema de aviamento através da introdução de novos atores e artefatos, marcando o encontro entre diferentes economias da dívida. Palavras-chave: Yuhupdeh, Patrões, Lógica neoliberal.
Atenção diferenciada no encontro entre doentes crônicos Xerente e profissionais de saúde
Ariel David Ferreira (NESSI/PPGAS/UFSC)
Doutorando em Antropologia Social
Resumo: Nesse trabalho busco tensionar o discurso formal do Estado em defesa de uma atenção diferenciada para populações indígenas com narrativas do encontro entre doentes crônicos Xerente e profissionais de saúde. Em consonância com Michael Taussig (1986) parto da tendência da biomedicina em coisificar os sintomas e sinais da doença separando-os das relações sociais, das trajetórias e subjetividades das pessoas. Meu interesse é refletir sobre as relações entre os profissionais de saúde e usuários do sistema de saúde sem utilizar como única resposta possível aos conflitos um raso “culturalismo”, que ignora as particularidades históricas, as desigualdades econômicas e sociais, os processos de produção de subalternidade e hegemonia (MENENDEZ, 1994) em detrimento da responsabilização de populações marginalizadas por seus adoecimentos e autocuidado. Palavras-chave: atenção diferenciada, doenças crônicas, akwe xerente.
Cidades sustentáveis: experiências populares de economia circular e a Agenda ONU
2030
Caroline Sores de Almeida (NAVI/PPGAS/UFSC)
Doutora em Antropologia Social
Resumo: A busca soluções sustentáveis que previnam a exaustão de recursos naturais representa um desafio presente em diferentes áreas do conhecimento na atualidade. Experiências em gestão comunitária de resíduos orgânicos de baixo custo, como a compostagem termofílica, têm se mostrado bastante eficazes, seja na diminuição de impactos ambientais causados pela deposição desses rejeitos no meio ambiente, ruas e aterros sanitários, seja na melhora da qualidade de vida das populações atingidas. Desde 2008, o Projeto Revolução dos Baldinhos (PRB) tem utilizado dessa técnica para evitar o descarte indevido de resíduos orgânicos nas ruas da comunidade da Chico Mendes, em Florianópolis (SC). Em 2011, a iniciativa ganhou o certificado de Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil, sendo reaplicado em diferentes cidades do país. No entanto, ressalta-se que o sucesso dessas ações depende diretamente do envolvimento social (ou da “sensibilização”, conforme a categoria êmica), pensada neste trabalho como um sistema de reciprocidades entre moradores, associações e poder público. Este trabalho parte de reflexões sobre as estratégias encontradas para sensibilizar as comunidades atingidas pela reaplicação do modelo do PRB em diferentes contextos periféricos de Florianópolis, levando em conta estratégias de economia circular que foram experimentadas. Palavras-chave: Agenda ONU 2030; Desenvolvimento Sustentável; Economia Circular.
Quando o abjeto encontra as normativas: um estudo de caso sobre as experiências gays e queers na ilha da magia
Rhanielly Pereira do Nascimento Pinto (PPGH/UFG)
Mestrando em História
Jorge Luiz da Silva Alves (PPGH/UFSC)
Mestrando em História
Resumo: Este trabalho surge através de uma reflexão sobre a agência e experiência de corpos queers em espaços consolidados por normativas gays. Uma história das Resumo: dissidências sexuais tem se inscrito na historiografia brasileira ainda com alguma desconfiança, seja pela forte aproximação interdisciplinar, seja pelo afastamento das grandes narrativas consolidadas por uma perspectiva branca, masculina e ocidental. Dessa forma, perspectivamos aqui, através de uma análise de um diário de experiências refletir sobre os processos históricos que surgem através de uma narrativa do acontecimento entre uma participação ativa de sujeitos que experimentam uma liberdade agenciada pelo impulso LGBTI+ e ao mesmo tempo uma normativa que engendra suas performances construindo uma normativa dentro da normativa e uma margem dentro da margem. Para tal estudo utilizaremos um diário escrito sobre experiências queers nas boates Jivago Social Club e Conca Club situadas em Florianópolis. Palavras-Chave: Normatividades gays; Experiências Contrassexuais; História das Homossexualidades.
A associação de imagens de profanação aos protestos do #elenão - As liberdades de expressão e crença em tempos de disputas pela representação da verdade
Carlos Eduardo de Oliveira Lara (PPGICH/UFSC)
Doutorando Interdisciplinar em Ciências Humanas
André Luís da Rosa (PPGICH/UFSC)
Doutorando Interdisciplinar em Ciências Humanas
João Marcelo Faxina (PPGICH/UFSC)
Doutorando Interdisciplinar em Ciências Humanas
Naína Ariana Souza Tumelero (PPGICH/UFSC)
Doutoranda Interdisciplinar em Ciências Humanas
Resumo: As eleições de 2018, das quais Jair Bolsonaro saiu vitorioso, ficaram marcadas pela estratégia de fake news como fator de agitação política. As temáticas mais recorrentes entre as notícias falsas divulgadas por canais de extrema direita sempre se voltavam a alguns pontos específicos: I) gênero; II) religiosidade; III) iminência comunista. Aqui, nesta comunicação, estima-se analisar uma das categorias de notícias falsas que recebeu muitos compartilhamentos, envolvendo as temáticas de gênero, sexualidade e religião. Para tal, concentra-se em um caso específico: o momento após o protesto do #elenão em 29/09/2018. Na ocasião, imagens descontextualizadas foram vinculadas às manifestações sugerindo que um de seus focos centrais se detinha em ofender religiões e religiosos, profanar imagens cristãs e realizar associações entre sexualidade e religião. O que se percebe é uma tentativa de colar ao protesto a imagem de profanador e intolerante. A metodologia da pesquisa faz uma abordagem documental, com dados obtidos através de rastreios de peças de notícias falsas na rede social Facebook. Também, há uma análise das repercussões discursivas, através dos textos que acompanham as fake news, bem como dos comentários dos usuários nas postagens em questão. Num segundo momento, busca-se realizar uma interpretação sobre as questões teológicas/religiosas implicadas na fake news selecionadas, como elas são usadas para fins eleitorais e por que violam as liberdades de expressão e crença. Palavras-chaves: fake news; gênero; religião.
UERN em imagens e ideologias: sentimento de pertença e empreendedorismo moral nos lugares universitários
Raoni Borges Barbosa (BITS/UERN; GREM-GREI/UFPB)
Doutor em Antropologia Social
Djalma Lucas Mendes (PETCIS/UERN; BITS/UERN)
Graduando em Ciências Sociais
Eula Paula Gomes de Morais (PETCIS/UERN; BITS/UERN)
Graduanda em Ciências Sociais
Magna Karol Alves de Paiva (PETCIS/UERN; BITS/UERN)
Graduanda em Ciências Sociais
Resumo: Este artigo discute os primeiros movimentos de uma pesquisa situada no BITS - Grupo de Pesquisa em Práticas Sociais, Cultura e Informação, com a participação de estudantes do BITS e do PETCIS/UERN, sobre os diversos lugares (KOURY, 20001) que ocupam simbólica e fisicamente o espaço da UERN, na cidade de Mossoró-RN, mobilizando imagens e ideologias, sentimentos de pertença e projetos de empreendedorismo moral. Nesse sentido, o artigo debate os resultados da descrição densa (GEERTZ, 2012) e da produção de um banco de imagens (BARTHES, 2018) que busca enquadrar a mensagem ideológica de empreendedorismo moral (BECKER, 2008) de movimentos político-culturais como o antiproibicionista, o feminista, o LGBT+, o negro, o democrático, o vegan, o estudantil, entre outros, nas culturas emotivas, códigos de moralidades e, principalmente, na produção de lugares na UERN. Palavras-chave: UERN/Mossoró-RN; imagens e ideologias; empreendedorismo moral; lugar; culturas emotivas e códigos de moralidades.
Sessão 2 - 11 de outubro de 2019 – 8h30min às 11h30min
“Emoções e Moralidades nas ruínas do Neoliberalismo”
Turismo penitenciário: uma relação entre prisão e economia
Thamires Luz de Paula e Silva (NUSEC/PPGSP/UFSC)
Doutoranda em Sociologia Política
Resumo: Em uma pesquisa de cunho etnográfico identificamos a consolidação de um comércio local destinado a atender o fluxo das visitantes em um contexto de interiorização penitenciária. Através da categoria nativa “turismo penitenciário” identificamos na cidade de Lavínia – localizada no extremo Oeste do estado de São Paulo – a utilização das prisões alocadas no interior paulista como principal meio de desenvolvimento econômico local, tendo como protagonistas mulheres que acodem todos os finais de semana a fim de realizarem as visitas a seus companheiros, maridos, pais ou irmãos presos. Assim, podemos comprovar a existência de uma relação direta entre economia e prisão, sobretudo no referente ao que Zelizer (2005) denominou de negociação da intimidade, no sentido de que os detentos ao depender emocional e materialmente de seus familiares acabem gerando um fluxo de pessoas e de bens materiais afora dos muros da prisão. Palavras-chave: Turismo penitenciário; Economia; Prisão.
Entre distâncias e precariedades: sobre os efeitos do neoliberalismo na vida de meninos em situação de acolhimento institucional na região metropolitana de Curitiba
Aline Moisés Bonfá (PPGAS/UFPR)
Mestranda em Antropologia Social
Resumo: Após ter recentemente realizado minha pesquisa de campo de mestrado em uma unidade de acolhimento para meninos de 12 até 18 anos, na região metropolitana de Curitiba, minhas análises se voltam para temas como parentesco, as relações que produzem a instituição e as memórias dos meninos e funcionários dessa unidade. Nesta comunicação me concentrarei nos entrelaçamentos entre questões relacionadas as possibilidades de contato entre os meninos institucionalizados e suas famílias e os problemas provenientes da falta de acesso à moradia, transporte, saúde, entre outros. Pensar, portanto, situações etnográficas que trazem os efeitos do neoliberalismo na vida desses meninos e como ele se produz nas vivências de políticas públicas voltadas para a juventude. Atento para o fato do não “encurtamento das distâncias entre pessoas” e sim para o aumento das distâncias entre parentes, amigos e esses jovens retirados temporariamente de suas famílias. Palavras-chave: Unidades de Acolhimento; Políticas Públicas para Juventude; Precariedade.
Identidad, emoción y un movimiento social: El caso del movimiento de Aysén desde la identidad de una región en rechazo al proceso de formación neoliberal en Chile
Victor Lara Vidal.
Sociólogo UC.
Maestría en Sociología, Flacso Ecuador
Resumen: La pregunta central de esta ponencia es ver la relación que existe entre la conformación del proceso neoliberal en chile, la constitución de la identidad de la región y la movilización social de Aysén, tu problema es mi problema del año 2012. Protesta que se caracterizó por la articulación de distintas localidades, organizaciones sociales y habitantes de la región durante mas de 40 días para exigir mejoras en su condición de vida. Es el sentimiento de abandono y de menosprecio los que están en la base de la explosión social de la región. Sentimiento histórico que tiene relación con la forma en que se constituyo la región, su proceso de poblamiento, y la relación histórica que han tenido con el Estado Chileno. Relación que se intensifica con el proceso neoliberal y su forma de constituir el desarrollo en la región, expropiando ríos, mares y recursos naturales. Esta ponencia indaga en esos relatos que conectan todos estos sentimientos y el processo histórico de la conformación de su identidad, para entender el surgimiento de esta comunidade en lucha. De esta manera se conectan emociones, procesos de formación identidad en uma región austral de chile y si proceso especifico de constitución. Lo que puede dar luces para entender procesos de subjetividades beligerantes en regiones australes o periféricas de los estados, que están fuertemente ligadas a luchas socio ambiéntales. Palabras claves: Identidad; Movimiento; Protesta.
“Movimento bregueiro” e modos de subjetivação em contexto neoliberal
Chiara Albino (TRANSES/PPGAS/UFSC)
Doutoranda em Antropologia Social
Resumo: Neste texto gostaria de pensar as relações entre “movimento bregueiro” em Recife (PE) e modos de subjetivação em contexto neoliberal. Dialogando com Pierre Dardot e Christian Laval (2016), enfatizo que o neoliberalismo transforma o capitalismo e a sociedade, assim como remodela a subjetividade. Nesse sentido, o neoliberalismo é um sistema normativo, e não apenas uma ideologia ou um tipo de política econômica. Na medida em que estende a lógica de concorrência dos mercados financeiros a todas as esferas de relações humanas, este sistema normativo submete os indivíduos a um regime de concorrência que define novos modos de subjetivação. Portanto, ao relacionar o “movimento bregueiro” ao contexto neoliberal, busco analisar os modos de subjetivação dos sujeitos que fazem parte de tal movimento, a exemplo dxs cantorxs e dançarinxs, que, nesse movimento, produzem a si mesmo como “capital humano” para o “mercado musical”. Neste “movimento bregueiro”, os sujeitos fazem em média cinco shows em uma mesma noite, e, ao se depararem com problemas de logísticas e esgotamento físico, se sentem moralmente “fracassados” e em “dívida” com o seu público. O “movimento bregueiro” também assinala a ideia de um grande “mercado musical” que promove a multiplicação de pequenos empreendedores dentro da própria “periferia”, mas esse movimento não é deslocado de uma questão política, pois esses sujeitos “favelados” estão reivindicando espaços públicos, a fim de ocupá-los. Palavras-chave: Racionalidade Neoliberal; Capital Humano; Modos de Subjetivação.
Neoliberalismo e a “virada moral (e ética)” na antropologia contemporânea
Jainara Oliveira (TRANSES/PPGAS/UFSC)
Doutoranda em Antropologia Social
Resumo: A questão geral que gostaria de discutir refere-se à “virada moral (e ética)” na antropologia contemporânea. Terei como ponto de partida para a análise a relação entre o contexto neoliberal e o surgimento da “antropologia moral”. Para explorar essa relação, recuperarei um conjunto de trabalhos que argumentam que, no final da década de 1980, a antropologia teria substituído as sociedades definidas como radicalmente “outras” pela figura do “sujeito em sofrimento” como o principal objeto de sua atenção; e que, nessa transição, parte das capacidades críticas da antropologia anterior teria sido perdida. Esses trabalhos por sua vez têm sugerido ao menos duas abordagens para uma “antropologia do bem”. A primeira pode ser dividida em três linhas principais de estudos: valor, moralidade, bem-estar e imaginação; empatia, do cuidado e da dádiva; tempo, mudança e esperança. A segunda considera a crítica, a resistência e o ativismo. Dialogando analiticamente com esses argumentos, acrescento a questão do lugar do “mal” na antropologia para, por conseguinte, sugerir uma “antropologia do mal”. Neste diálogo analítico, os processos políticos de subjetivação são fundamentais, pois nos possibilitam articular etnograficamente a conexão entre antropologia moral e neoliberalismo. Palavras-chave: antropologia moral; antropologia do bem; antropologia do mal.